
A técnica do papel salgado foi criada em meados da década de 1830 pelo cientista e inventor inglês Henry Fox Talbot.
Ele fez o que chamou de “papel sensível” para “desenho fotogênico” molhando uma folha de papel de carta com uma solução fraca de sal de cozinha comum (cloreto de sódio),
secando e, depois pincelando com uma solução forte de nitrato de prata.
Isso produz um revestimento de cloreto de prata em uma condição química especialmente sensível à luz. O papel escurece exposto à luz.
Quando o escurecimento for suficiente, a exposição é encerrada e o resultado estabilizado pela aplicação de uma solução forte de sal, que alterando o equilíbrio químico torna o papel apenas levemene sensível à luz.
Em 1839 John Herschel introduz o uso de solução de tiossulfato de sódio (“hipossulfito”) como fixador da imagem, tornando mais resistente à luz.




A fórmula é relativamente simples, pode ser feita com apenas 3 produtos quimicos fáceis de encontrar, sal de cozinha, nitrato de prata e hipossulfito de sódio, mas tem uma sensibilidade baixa, exigindo longas exposições, trata-se de uma técnica “POP” – Print Out Paper,
onde o papel é apenas exposto à luz até escurecer o desejado, depois lavado para retirar os sais resultantes do processo e passa por um banho rápido de fixador bastante diluído.
Apenas a prata tem um curso elevado, 25g custam por volta de R$300 (abril 2025).
O processo não usa a imagem latente, que depende de revelação – “DOP” – Developing Out Paper.
Apesar de relativamente simples, trata-se de um processo temperamental cheio de caprichos.
Em função dos sais de prata reagirem facilmente com outros elementos devemos usar água destilada, deionizada ou desmineralizada, papel de algodão Ph neutro.
O sal se for cloreto de sódio puro o resultado é mais certo. Não usar pincel com parte metálica,
evitar contato do nitrato com a pele ou olhos, causa queimaduras, manchas na pele.
O tempo de exposição e a cor final sofrem interferência da umidade do ar e da temperatura, e o contraste varia conforme a fonte de luz, sol direto ou iluminação diusa.
Nas formulações tradicionais é usada uma viragem final com Cloreto de Ouro para garantir a estabilidade da imagem!
À partir desta fórmula simples inicial temos um grande número de variantes, o uso de gelatina, araruta ou albumina na emulsão para o preparo do papel, tensoativos para melhorar o espalhamento, dicromato de potássio para aumentar o contrste, fórmulas com outros componentes como citrato de sódio, cloreto de amonia, carbonato de sódio, sulfito de sódio, ácido cítrico, ácido acético.
Fórmula básica
Salgar o papel
Cloreto de Sódio 2g em 100ml de água
secar
Sensibilisar o papel e luz vermelha
Nitrato de Prata 12g em 100ml de água
secar em pouca luz
expor ao sol, 10 minutos a 4 horas, a dependeer do sol / nublado, luz UV
fixador
Hipossulfito de sódio 100g a 150g
em 1 litro de água
melhora com a adição de um pouco de alcalinidade
Carbonato de sódio ou Bicarbonato de sódio 2g
recomenda-se dividir em 2 banhos, 3 minutos cada
lavagem final
Hipo clearing – (para retirar traços de fixador)
3 minutos em uma solução de sulfito de sódio 10g por litro
se usar o sulfito lavar novamente
referencias
https://www.imagineiro.com.br/papel-salgado-estreando-o-novo-laboratorio/
The Albumen Salted Paper Book
https://cool.culturalheritage.org/albumen/library/monographs/reilly/chap3.html
https://cool.culturalheritage.org/albumen/library/monographs/reilly/chap4.html
https://cool.culturalheritage.org/albumen/library/monographs/reilly/chap9.html
Trabalhos usando a técnica
Ricardo Hantzschel
Homens de Sal, 2011- 2015

https://www.fotopositivo.com.br/portfolio
https://livrosdefotografia.org/publicacao/4583/sal
Renata Voss
Sumir do Mapa 2023
https://renatavoss.com/portfolio/sumir-do-mapa-2023/
Andrea Bracher
Fairies 2006
https://www.andreabracher.com.br/fairies
